Césio 137 - A tragédia de Goiânia



Uma garotinha de apenas 6 anos de idade, da cidade de Goiânia,descobriu que monstros existem. Um monstro que destruíu sua família e a matou. Saiba que monstro é esse.



Em 1987, os olhos do Brasil (E também de grande parte do mundo) estavam voltados para a cidade de Goiânia. Mas não era por causa do sucesso de Leandro e Leonardo. Mas sim por causa de um acidente radilógico que matou(Na época) 4 pessoas. Mas até o ano de 2012, quando o acidente completou 25 anos, cerca de 104 pessoas morreram e cerca de 1600 foram afetadas segundo a Associação das Vítimas do Césio 137. Mas como aconteceu a tragédia e oque é este raio de Césio 137?
O Césio 137 (Cs) é um elemento químico que é usado para o tratamento contra o câncer. No caso do acidente de Gôiania, a contaminação se deu inicio á partir de uma cápsula que continha uma parada chamada cloreto de césio. Bem parecido com o sal de cozinha mas que no escuro assume um brilho azul que é até muito bonito se não fosse coisa do Diabo. A cápsula era parte de um equipamento radioterapêutico que era protegida por um revestimento de aço e chumbo. Essa caixa protetora possuía uma "janela" feita de irídio que permitia a passagem da radiação para fora da cápsula.
O caso é seguinte. Havia em Goiânia um hospital chamado Instituto Goiano de Radioterapia(IGR). Era um instituto privado. Acontece que o Instituto resolveu mudar de endereço. Com a mudança de localização, a cápsula(Por pura burrice desse povo) foi abandonada no interior da antiga instalação do instituto. O prédio ficou em ruínas e a cápsula ficou lá até que um dia finalmente alguém a encontrou.
Foi Devair Ferreira que encontrou a maldita cápsula destruidora. Devair era proprietário de um ferro velho e levou a cápsula jugando ser algo valioso. No ferro velho, Devair com a ajuda de um funcionário seu, desmontou a cápsula. O ambiente foi exposto a 19,26 g de cloreto de césio 137. Devair descobriu que o pó que havia dentro daquela "coisa" brilhava no escuro e achou aquilo tudo muito bonito. Ele distribuiu o pó entre seus familiares. E é nesse ponto que a história perde a graça. Devair deu um pouco desse pó para sua sobrinha Leide das Neves Ferreira, de 6 anos. Leide ingeriu partículas de césio junto com um ovo cozido. Leide se tornaria o símbolo da tragédia e seria uma das vítimas fatais do acidente.
Após a exposição, surgem os sintomas como diarréia, vômitos, náuseas, tonturas e até desmaios. Maria Gabriela, esposa de Devair percebe que aquilo tudo não podia ser normal e procura ajuda. Maria é inteligente e associa os problemas de saúde á capsula que o marido encontrou abandonada. Ela leva o objeto ao médico da cidade. E o inferno se instarou em Goiânia.
O governo da época até tentou abafar o caso mas foi em vão. As pessoas da cidade foram isoladas no Estádio Olímpico de Pedro Ludovico numa manobra militar que lembrava a Área 51 nos EUA. As pessoas foram obrigadas a tirar a roupa, mães foram separadas de seus filhos e animais foram sacrificados. Maria Gabriela e a sobrinha Leide foram internadas no Hospital Marcilio Dias, no Rio de Janeiro. Maria Gabriela irônicamente foi a primeira a morrer depois de uma longa e dolorosa luta pela vida. Ela morreu no dia 23 de outubro de 1987, cerca de um mês após a exposição. Ela teve hemorragia interna e perda de cabelo.
Leide das Neves morreu poucas horas após sua tia. Uma equipe médica internacional estava tratando da menina. Ela era a vítima com maior dose de radiação no corpo e teve que ficar em um quarto isolado. Os funcionários se recusaram a chegar perto dela. Ela teve dano nos rins, nos pulmões, inchaço na parte superior do corpo e perda de cabelo. Sua mãe lutou na justiça pelo direito de enterrar a filha e depois de muito sofrimento ela conseguiu.
O enterro de Leide foi um dos episódios mais tristes da história do Brasil sem exageros. O povo não teve compaixão e nem respeito pela pobre menina e tentaram impedir o enterro por medo. Leide teve de ser enterrada em um caixão de chumbo que foi apedrejado pelo povo de Goiânia. Leide era só uma criança vítima de um governo que não dá suporte ao povo. E até hoje o Brasil é assim. A ignorância do nosso país matou Leide das Neves Ferreira, numa história que poderia ter terminado diferente. O que mais entristece é que Leide merecia mais do que ter seu caixão apedrejado. Ela merecia crescer, ter filhos, sorrir e viver até morrer aos 90 anos de simples velhice. Mas Leide morreu e o Brasil ainda é o mesmo que rouba e mata.

Comentários

  1. Só uma correção "O POVO DE GOIÂNIA" não, algumas pessoas que residiam próximo ao cemitério.

    ResponderExcluir
  2. Estou achando que a foto da garotinha queimada não é ela.

    ResponderExcluir
  3. Dizem que o corpo de Leide brilhava por dentro ...no hospital do Rio de janeiro durante a noite.

    ResponderExcluir
  4. A segunda foto não é da garotinha...

    ResponderExcluir
  5. Epa amigo, a terceira foto é das queimaduras de Sumiteru Taniguchi, um sobrevivente de Nagasaki.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Hitler E Os Nazistas